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Sono bagunçado nas férias: como ajudar adolescentes a regular o ritmo

jornalismo

As férias escolares frequentemente trazem consigo uma mudança drástica nos hábitos de sono dos adolescentes. Noites em claro dedicadas a séries, jogos e interações online tornam-se comuns, culminando em manhãs prolongadas na cama e uma aparente inversão do ritmo biológico. Para muitos pais, surge a preocupação: até que ponto essa liberdade é saudável?

De acordo com especialistas, essa mudança é, em grande parte, um fenômeno natural. Entre os 13 e os 17 anos, o corpo adolescente opera em um ritmo biológico diferente, frequentemente imposto pela rotina escolar durante o ano letivo. As férias representam uma oportunidade para o corpo encontrar seu próprio tempo. Essa não é preguiça, mas sim uma regulação natural do organismo nessa fase da vida.

Parte dessa tendência de dormir tarde está ligada às mudanças hormonais típicas da adolescência, que alteram o ciclo circadiano, postergando a sensação de sono. Isso resulta em mais energia no final do dia e menos disposição pela manhã, um padrão incompatível com a escola, mas mais alinhado com o período de férias.

O principal ponto de atenção, contudo, reside na perda total do ritmo, que pode prejudicar o humor, a convivência social, a alimentação e a disposição geral. Quando a rotina se torna um caos, o corpo reage, manifestando irritabilidade. As férias devem promover o descanso, mas não a completa desregulação. É importante manter um mínimo de ritmo.

Impor regras rígidas raramente funciona, sendo frequentemente interpretado como controle. O ideal é trabalhar com acordos e previsões, evitando imposições. Em vez de repreender diretamente os hábitos de sono, os pais podem criar pequenas âncoras na rotina: atividades matinais ocasionais, refeições em horários combinados, exposição à luz natural e convites para atividades leves fora de casa. O objetivo não é forçar o adolescente a acordar cedo diariamente, mas evitar que seu relógio biológico se desvie excessivamente da realidade.

A transição para o novo ano letivo deve ser gradual. Tentar reverter drasticamente os hábitos de sono de um dia para o outro pode gerar conflitos. Ajustes de 20 ou 30 minutos por dia permitem que o corpo se adapte sem sofrimento.

É importante observar que o sono excessivo ou horários muito irregulares podem indicar cansaço emocional acumulado. As férias podem ser um momento de desaceleração após um ano intenso. Observar o comportamento, humor e apetite é crucial, além de monitorar o sono.

Ajustar o sono nas férias não se trata de disciplinar o adolescente, mas sim de criar um ambiente que o corpo aceite naturalmente. Incentivar a exposição à luz natural pela manhã, manter horários minimamente regulares para as refeições, propor atividades leves fora de casa e estimular pausas para desacelerar antes de dormir são estratégias eficazes. Acima de tudo, a chave é abordar o adolescente com compreensão, em vez de cobrança. Entender que o corpo do jovem opera em um ritmo diferente permite estabelecer acordos mais leves e eficientes, ajudando-o a retornar ao ritmo sem sofrimento.

Fonte: exibirgospel.com.br

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