Na vastidão geográfica do Amazonas, onde a logística impõe barreiras significativas, os missionários Max e Ághata Dacampo protagonizaram recentemente um ato de profunda dedicação religiosa e pastoral. Eles percorreram uma distância de 40 quilômetros de barco para administrar a Santa Ceia – um dos rituais mais sagrados do cristianismo – a Sebastião, um idoso recém-convertido que vive em uma comunidade ribeirinha remota. A iniciativa sublinha os esforços para levar amparo espiritual e material a regiões de difícil acesso no interior do estado.
Sebastião, morador da comunidade de Vila Nova, aceitou a fé cristã durante uma ação evangelística prévia dos missionários e foi batizado em um ato simbólico. O idoso enfrenta uma batalha contra um tumor e lida com diversas limitações físicas, vivendo com sua esposa, Raimunda. Desde sua conversão, o casal Dacampo tem mantido contato regular, prestando discipulado e orações contínuas, consolidando o vínculo de assistência.
A viagem recente teve como objetivo introduzir Sebastião ao sacramento da Eucaristia. Levando pão e suco de uva, elementos que simbolizam, respectivamente, o corpo e o sangue de Cristo na tradição cristã, Max Dacampo explicou ao novo convertido o significado espiritual da cerimônia. O missionário detalhou a importância do ritual como uma lembrança do sacrifício de Jesus na cruz, baseando sua explicação em passagens bíblicas que instituíram o mandamento aos seus seguidores. A ocasião foi documentada e compartilhada por Max em redes sociais, com uma mensagem que ressaltava a atenção divina aos “esquecidos”.
Para além do apoio espiritual, os missionários têm sido um pilar de suporte humanitário para Sebastião e Raimunda. Desde o início do acompanhamento, o casal tem articulado doações essenciais. Com o auxílio de uma farmácia parceira, foram fornecidos materiais para curativos, fraldas e medicamentos para um período de três meses. Adicionalmente, através de ofertas missionárias, a família recebeu um gerador de energia, uma máquina de lavar roupas e um colchão pneumático – itens que representam uma melhoria significativa na qualidade de vida e no conforto, especialmente considerando as limitações de saúde de Sebastião. A última visita incluiu a entrega de alimentos e uma doação em dinheiro.
Max Dacampo coordena há quatro anos o projeto “Somos Ribeirinhos”, que atua em 22 comunidades indígenas e ribeirinhas no Amazonas, com base na Comunidade Vila do Cuia, no município de Anamã. A iniciativa não se limita à evangelização; ela abrange um amplo espectro de serviços sociais e educacionais. Com uma equipe de 21 voluntários, todos moradores das próprias comunidades ribeirinhas, o projeto oferece cestas básicas, atendimento ambulatorial, refeições para crianças, escola dominical, oficinas de crochê e artesanato, uma academia comunitária, escola de futebol, reforço escolar para crianças e programas de alfabetização para adultos, demonstrando um compromisso holístico com o desenvolvimento e o bem-estar das populações locais.
Fonte: https://guiame.com.br