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Histórico: levitas quebram silêncio secular com cânticos no monte do templo

Levitas no Monte do Templo. (Captura de tela/Israel365News)

Um silêncio de quase dois mil anos no Monte do Templo, local considerado o mais sagrado do judaísmo, foi rompido na manhã de quinta-feira, quando três levitas ascenderam ao local para entoar o salmo diário. O evento marca uma retomada inédita de um antigo serviço do Templo, interrompido desde a destruição do Segundo Templo em 70 d.C.

Os levitas envolvidos na ação expressaram, em comunicado, a realização de um sonho: “Hoje tivemos a oportunidade de realizar, ainda que parcialmente, nosso sonho como filhos de Levi: entoar o cântico de Deus no monte sagrado. Graças a Deus, já existem diversas organizações de levitas se preparando para o dia em que poderemos voltar à plataforma. Convidamos nossos irmãos levitas a buscar informações e se unir a nós nessa missão.”

A Bíblia atribui aos levitas um papel fundamental no culto do Templo. O Rei Davi, em Crônicas, organizou os cantores levitas para o serviço, profetizando com liras, harpas e címbalos. Sábios ensinam que o canto levítico era essencial para o serviço do Templo, a ponto de sacrifícios oferecidos sem ele serem considerados incompletos.

O movimento Beyadenu para o Monte do Templo organizou o evento, visando fortalecer uma conexão viva com o local, baseada em valores e comunidade. Segundo Akiva Ariel, CEO interino da Beyadenu, “Desde a destruição do Segundo Templo, o cântico dos levitas não ecoava no Monte do Templo. Este momento expressa o anseio e a profunda ligação do povo de Israel com seu lugar mais sagrado, de forma respeitosa, modesta e santificadora. Trata-se de uma iniciativa cívica comovente, que mantém vivo o desejo da nação por este local.” A Beyadenu ressalta que o evento faz parte de iniciativas comunitárias e educacionais que refletem um despertar e renovada conexão com o Monte do Templo.

Este retorno dos cânticos levíticos simboliza uma geração de judeus que questiona o status quo do Monte como um espaço com restrições à oração e ao culto judaico. A iniciativa amplia os horizontes da presença judaica no local.

Os levitas seguiram os passos de seus antepassados, cujas vozes ecoavam com salmos nos pátios do Templo. A tradição dos músicos do Templo, escolhidos entre a tribo de Levi, tem raízes no Zohar, que explica que a música dos levitas tinha o propósito de conduzir outros a se aproximarem de Deus.

Nos tempos dos Templos em Jerusalém, os levitas cantavam nos 15 degraus que ligavam o “Pátio das Mulheres” ao “Pátio dos Israelitas”. A Mishná afirma que havia sempre pelo menos 12 levitas na plataforma, um número que podia ser ampliado.

Na Bíblia, a tribo de Levi incluía Moisés e Arão. Os kohanim (sacerdotes) descendiam de Arão, formando um subgrupo. Os demais levitas dedicavam-se ao serviço no Templo, incluindo a guarda e as necessidades musicais. As comunidades judaicas preservam rigorosamente o status dos levitas, transmitido de pai para filho.

Fonte: guiame.com.br

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