Investigações sobre o esquema fraudulento no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), conhecido como “Farra do INSS”, revelam que parte dos recursos desviados foi direcionada para uma igreja evangélica em Barueri, São Paulo. Documentos analisados apontam para o envio de grandes somas em dinheiro, levantando suspeitas sobre a destinação dos valores obtidos de forma ilícita.
Um dos principais investigados, o empresário Américo Monte Júnior, identificado como membro do grupo apelidado de “jovens ricaços”, é suspeito de ter lucrado com descontos indevidos aplicados a aposentados em todo o país. As apurações indicam que ele realizou uma transferência de R$ 124 mil para a Igreja Sete Church.
Felipe Macedo Gomes, sócio de Américo e também apontado como um dos líderes do esquema, frequentava a mesma igreja e também teria feito doações significativas à instituição religiosa. Felipe é proprietário da Amar Brasil Clube de Benefícios (ABCB), empresa sob investigação por suposta participação no esquema fraudulento.
Américo Monte Júnior é filho de Américo Monte, figura conhecida no setor como o “decano” dos jovens milionários ligados aos correspondentes bancários. As investigações sugerem que ele desempenhou um papel central no esquema, envolvendo diversos membros de sua família, incluindo filho, pai, tio e filha, como representantes das entidades sob suspeita.
Além da ABCB, o grupo comandava outras associações que teriam sido utilizadas no esquema, incluindo Master Prev, ANDAPP e AASAP. Estima-se que, em conjunto, essas entidades tenham movimentado cerca de R$ 700 milhões em cobranças de mensalidades fraudulentas de beneficiários do INSS.
Relatórios financeiros obtidos durante a investigação corroboram suspeitas levantadas anteriormente, de que Felipe Macedo Gomes teria solicitado a devolução de uma BMW e um relógio Rolex que haviam sido doados ao pastor da igreja.
Outro nome que surge nas investigações é o de Anderson Cordeiro de Vasconcelos, empresário ligado às mesmas entidades de fachada. Ele é apontado como responsável por uma transferência de R$ 200 mil para a Sete Church. Uma empresa registrada em seu nome, a ALDC Serviços LTDA, também teria realizado dois repasses totalizando R$ 370.388 em maio do ano passado.
Até o momento, a Igreja Sete Church não se manifestou sobre as alegações.
Fonte: folhagospel.com
