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Líder Evangélico Condena Atrocidades no Sudão Após Receber Vídeos Chocantes de Execuções em El-Fasher

Franklin Graham, presidente da organização humanitária Samaritan’s Purse e filho do reverendo Billy Graham, condenou veementemente a atuação das Forças de Apoio Rápido (RSF) no Sudão, após receber vídeos que, segundo ele, comprovam a execução sumária de civis na cidade de El-Fasher, tomada pelos paramilitares na semana passada.

Graham classificou as imagens — que mostram pessoas sendo baleadas na cabeça e “pilhas de corpos” — como “fortes demais para serem divulgadas publicamente”.

“Este é o rosto do islamismo radical”, escreveu Graham em publicação no Facebook, pedindo orações urgentes pelos sudaneses “que estão sendo assassinados enquanto leem isto.” O evangelista, cuja equipe humanitária trabalha no país há mais de três décadas, lamentou a devastação causada pelo conflito.

Massacre em Darfur: Relatos Confirmam Crimes de Guerra

A tomada de El-Fasher — a última cidade sob controle do governo na região de Darfur — ocorreu após meses de cerco pelas RSF. O governo sudanês comunicou que mais de 2 mil civis foram mortos desde a entrada dos paramilitares na cidade. Estima-se que o conflito, iniciado em 2023, já tenha resultado em mais de 40 mil mortos e 14 milhões de deslocados.

Evidências de Execução:

  • Verificação de Vídeos: Reportagens da BBC confirmaram a autenticidade de vídeos que mostram combatentes das RSF executando civis e prisioneiros desarmados. Um dos registros, filmado em um prédio universitário, exibe um homem em uniforme das RSF atirando em outro desarmado, em meio a dezenas de corpos.

  • Imagens de Satélite: O Laboratório de Pesquisa Humanitária de Yale, ao analisar imagens de satélite, corroborou os relatos de assassinatos em massa, confirmando a existência de aglomerados de corpos em áreas antes intactas da cidade.

A coordenadora da ONU para o Sudão, Denise Brown, confirmou à BBC ter recebido “relatos credíveis de execuções sumárias” de homens desarmados. A execução de civis ou combatentes rendidos constitui crime de guerra, conforme a Convenção de Genebra.

Apelos por Intervenção Imediata

Diante das atrocidades, a organização Christian Solidarity Worldwide (CSW), sediada no Reino Unido, pediu uma “ação internacional urgente“. Mervyn Thomas, presidente fundador da entidade, classificou os relatos de El-Fasher como “horríveis”, denunciando também o uso de crianças-soldado e apelando para que a comunidade internacional garanta acesso humanitário irrestrito e proteja os refugiados.

Raízes e Dimensão Internacional do Conflito

As RSF são comandadas pelo general Mohammed Hamdan Dagalo (conhecido como Hemedti) e têm origem na milícia Janjaweed, responsável por atrocidades durante o genocídio de Darfur (2003-2005). O fundador do grupo, o ex-presidente Omar al-Bashir, foi indiciado pelo Tribunal Penal Internacional.

Dagalo transformou as RSF em uma força paramilitar com cerca de 100 mil combatentes, financiada por mineração de ouro e supostamente apoiada por nações do Golfo, incluindo os Emirados Árabes Unidos — acusação que Abu Dhabi nega, mas que levou o exército sudanês a apresentar uma queixa no Tribunal Internacional de Justiça.

O conflito atual é uma guerra civil desencadeada em 2023, após o rompimento da aliança entre Dagalo e o general Abdel-Fattah Burhan, comandante do exército. Ambas as forças recebem apoio e armamentos estrangeiros, com as RSF utilizando drones de países como Turquia, China, Irã e Rússia.

“Massacre Ignorado pelo Mundo”

Franklin Graham enfatizou que a crise no Sudão tem sido amplamente negligenciada pela comunidade global.

“Um massacre está acontecendo no Sudão, e o mundo praticamente o ignorou”, alertou, descrevendo as ações das RSF como “matança gratuita” e “expressão do islamismo radical”, com graves consequências para cristãos e minorias no país.

Ele concluiu com um apelo por orações e mobilização humanitária, expressando: “Nossos corações se partem por este país. Que Deus traga paz e misericórdia ao povo sudanês”.

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