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Pastor Cláudio Barbosa é homenageado no Jubileu de Ouro da AD Campinas do Piauí

Homenageado no Jubileu de Ouro, o pastor abriu o coração à nossa reportagem e detalhou como venceu a escassez vendendo pães e enfrentou rios a nado para pregar o evangelho no final da década de 90.

Durante as celebrações do Jubileu de Ouro da Assembleia de Deus em Campinas do Piauí, realizado na última sexta-feira (28), a emoção tomou conta não apenas do púlpito, mas também dos bastidores. Homenageado pelos serviços prestados, o Pastor Cláudio Barbosa concedeu um relato exclusivo ao Portal Impacto Gospel, onde rememorou, com riqueza de detalhes, os desafios extremos que enfrentou ao assumir a igreja em 1998.

Enquanto a igreja celebrava 50 anos em um templo moderno e climatizado, o pastor transportou nossa reportagem para uma realidade muito diferente, vivida há 27 anos, quando trocou o conforto de Parnaíba pela escassez do sertão.

“Caí na sala chorando”

Ao descrever sua chegada à cidade, o Pastor Cláudio revelou um momento de profunda humanidade e desespero, até então desconhecido por muitos fiéis.

“Quando eu cheguei lá e vi a situação da igreja, saindo de Parnaíba, me deu um pânico. Eu caí na sala, em cima dos móveis, chorando, gritando com a mão na cabeça, desesperado com medo de passar fome”, desabafou o pastor ao Portal.

A virada de chave, segundo ele, veio através de sua esposa, a irmã Aninha, que diante do desespero do marido, sentenciou: “A hora de chorar passou. Vamos trabalhar para Jesus, Deus vai abençoar”.

O Pastor Padeiro: A luta pela sobrevivência

Sem renda fixa — a igreja passou os primeiros 15 dias sem arrecadar nenhum dízimo — o pastor precisou usar a criatividade para sustentar a família. Ao Impacto Gospel, ele contou que improvisou uma padaria dentro da casa pastoral.

“Eu tinha uma placazinha: ‘Temos pão delícia caseiro’. Comprei uma bacia de plástico, fiz uns armários de madeira e comecei a fazer pão. Meus filhos vendiam de porta em porta”, relatou. Além dos pães, a família vendeu panos de prato e perfumes para garantir a sobrevivência na cidade.

Missões a nado e a “Santa Ceia no saco plástico”

Um dos trechos mais impressionantes do relato foi sobre as dificuldades logísticas da época. O pastor relembrou que, para atender o povoado Alto Formoso durante o inverno, a fé exigia esforço físico.

“Eu ia de bicicleta até a margem do rio, deixava a bicicleta lá, colocava a roupa e o material da Santa Ceia dentro de um saco plástico e atravessava só de calção, a nado”, contou Cláudio Barbosa.

Ele descreveu que muitas vezes voltava tarde da noite, atravessando o rio novamente no escuro para dormir na casa de irmãos e só retornar ao lar no dia seguinte.

A Providência Divina e o “Boi de Dízimo”

O pastor também compartilhou com nossa reportagem momentos de fé e humor que marcaram seu ministério. Ele relembrou o diálogo com o irmão Zequinha (pai do Pastor Raquel). Preocupado com a falta de recursos, o pastor perguntou sobre os dízimos e foi surpreendido:

“Ele riu e disse: ‘Tenho, rapaz! Tenho dois bois de dízimo lá. Você quer que eu traga os bois pra sua porta ou traga no bolso?’ Eu disse: traga no bolso!”, relembrou sorrindo. O fiel vendeu o gado e a oferta ajudou a manter a obra.

Um legado de 50 anos

Ao final do relato ao Portal Impacto Gospel, o Pastor Cláudio Barbosa expressou sua gratidão ao ver o progresso da igreja em 2025. Para ele, as lágrimas do passado regaram a colheita do presente.

“Foi luta, mas nesses 50 anos, a gente chega e vê a igreja prosperando, templo novo, casa boa… O nome do Senhor foi glorificado. É a vida do obreiro: passar e fazer a obra de Deus onde passa”, concluiu.

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