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Professor Enfrenta Proibição e Disputa Legal Após Afirmar que Reino Unido é Cristão

Sala de aula com Bíblia sobre uma bancada (Foto: IA do Canva Pro)

O caso, que gerou suspensão, demissão e uma investigação policial arquivada por suposto crime de ódio, levanta questões sobre liberdade de expressão e sensibilidade religiosa no ambiente educacional.

Um professor de ensino fundamental no Reino Unido foi impedido de exercer a docência com crianças, desencadeando um processo judicial, após um incidente no qual ele teria dito a um aluno muçulmano que “a Grã-Bretanha ainda é um estado cristão”. A controvérsia surgiu quando o educador repreendeu estudantes por usarem as pias dos banheiros para rituais de lavagem de pés. Embora uma investigação policial por suposto crime de ódio tenha sido arquivada, a escola o demitiu após sua suspensão, e o caso agora é objeto de uma batalha legal com apoio da União pela Liberdade de Expressão (FSU).

De acordo com relatos do jornal The Telegraph, o professor, que optou por não ter sua identidade revelada, justificou sua intervenção apontando que o Rei é o chefe da Igreja da Inglaterra e que o Islã representa uma religião minoritária no país. A reprimenda inicial ocorreu quando observou alunos realizando abluções, conhecidas como Wudu, nas pias dos banheiros masculinos – uma prática ritualística de purificação islâmica realizada antes das orações.

A escola não religiosa suspendeu o professor em março de 2024 e, posteriormente, o demitiu em fevereiro. Uma responsável pela proteção à criança, em sua avaliação, concluiu que os comentários do professor sobre o Islã eram ofensivos e que ele deveria ser impedido de trabalhar com crianças. Três alunos envolvidos alegaram que o professor gritou com eles, causando-lhes angústia.

A proibição imposta ao professor foi contestada com êxito, e ele agora move uma ação judicial contra a autoridade local. Seus advogados argumentam que, embora a escola fosse secular, a criação de uma sala de oração implicava que as orações informais eram proibidas no pátio, estendendo-se essa restrição à lavagem ritualística dos pés nas pias dos banheiros. O caso recebeu o apoio da União pela Liberdade de Expressão (FSU), uma organização que defende a livre manifestação de ideias.

Lord Toby Young, diretor da FSU, expressou ao The Telegraph sua preocupação com a gravidade da situação. “As coisas chegaram a um ponto crítico neste país se um professor pode ser considerado um risco para a segurança de crianças simplesmente por dizer algo que é inegavelmente verdade”, afirmou. Ele adicionou um contraste provocativo: “Se ele tivesse afirmado que o Islã é a religião oficial da Inglaterra, mesmo que isso não seja verdade, duvido que ele teria se metido em problemas”, criticando o que percebe como um desequilíbrio na abordagem de temas religiosos.

É importante contextualizar que o Reino Unido, de fato, possui uma Igreja estabelecida, a Igreja da Inglaterra, da qual o monarca britânico é o Chefe Supremo, mantendo laços históricos e constitucionais com o Estado. Contudo, o país é notavelmente diverso em termos religiosos. Embora o Cristianismo ainda seja a religião majoritária, dados do Censo de 2021 revelaram um declínio na proporção de pessoas que se identificam como cristãs (de 59,3% em 2011 para 46,2%), enquanto a proporção de pessoas sem religião aumentou (de 25,2% para 37,2%) e outras religiões, como o Islã, registraram crescimento (de 4,9% para 6,5%). Esse cenário demográfico reflete a complexidade das interações multiculturais e multirreligiosas nas instituições públicas, incluindo as escolas.

Fonte: https://folhagospel.com

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