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Índia nega visto a Franklin Graham para Cruzada em Nagaland, Gerando Repercussão

O reverendo Franklin Graham. (Foto: AEBG)

A decisão governamental indiana de barrar a entrada do evangelista norte-americano Franklin Graham para um evento comemorativo em um estado cristão-majoritário provoca críticas de líderes locais e internacionais, levantando preocupações sobre direitos religiosos.

O reverendo Franklin Graham, renomado líder cristão e atual presidente da Billy Graham Evangelistic Association (BGEA), foi impedido de participar de uma cruzada evangelística no estado de Nagaland, nordeste da Índia, após ter seu visto negado pelas autoridades indianas. O incidente, que frustrou um encontro programado para o final de novembro em celebração a uma histórica campanha de seu pai, Billy Graham, há 53 anos, gerou forte descontentamento entre líderes locais e provocou críticas de um congressista norte-americano, que classificou a decisão como uma afronta à liberdade religiosa no país.

O evento em questão, denominado “Nagaland United: A Gathering of Faith, Hope and Revival”, estava agendado para ocorrer na capital do estado, Kohima. A ocasião visava celebrar o aniversário de uma cruzada evangelística realizada pelo lendário pregador Billy Graham, pai de Franklin, na mesma região há mais de cinco décadas. Nagaland, um dos raros estados indianos com maioria cristã — onde mais de 80% da população professa a fé, predominantemente batista —, via a presença de Graham como um elo simbólico com o legado espiritual de seu pai, cujo trabalho nos anos 1970 ainda é reverenciado. O ministro-chefe de Nagaland, Neiphiu Rio, chegou a discursar sobre a memória “carinhosa” daquela cruzada original, que “semeou sementes de fé e renovação espiritual”.

Embora o jornal Times of India tenha inicialmente reportado a simples negação do visto, a Billy Graham Evangelistic Association (BGEA) apresentou uma versão mais detalhada. Segundo a organização, o governo indiano de fato aprovou os vistos para Graham e sua equipe, porém, essa aprovação ocorreu após a data-limite crucial para que pudessem realizar a viagem e cumprir a agenda. Essa situação inviabilizou não apenas sua participação na cruzada, mas também em outros compromissos previstos, como o prestigiado Hornbill Festival.

A ausência de Franklin Graham causou uma onda de desapontamento entre as lideranças cristãs e a comunidade em Nagaland. Lal Thanzara, presidente do Comitê do Congresso de Mizoram Pradesh, expressou em carta ao primeiro-ministro Narendra Modi sua “profunda decepção” com a situação. Líderes locais indicaram que milhares de fiéis haviam se preparado por meses para receber o evangelista, e a impossibilidade de sua vinda foi sentida como um impacto emocional significativo. Diante do imprevisto, Robert Cunville, um evangelista associado da BGEA e parceiro ministerial de longa data na Índia, assumiu a pregação do Evangelho no lugar de Graham.

No cenário internacional, a decisão indiana ecoou no Congresso dos Estados Unidos. O deputado Adrian Smith, republicano do Nebraska e influente membro da Câmara dos Representantes, emitiu uma declaração veemente, classificando a negação do visto como “uma afronta preocupante aos cristãos indianos e às proteções da Constituição indiana à liberdade religiosa”. Tal declaração contextualiza-se em um período de crescentes debates sobre a liberdade religiosa na Índia, um país oficialmente secular, mas onde minorias enfrentam desafios. Smith argumentou que o “tratamento discriminatório” a Graham não se alinha com as promessas do Primeiro-Ministro Modi de fortalecer as relações com os Estados Unidos e de salvaguardar as minorias religiosas do país. O congressista ainda ressaltou o histórico da Samaritan’s Purse, organização beneficente evangélica internacional liderada por Graham, que tem prestado assistência humanitária à Índia por mais de quatro décadas.

Fonte: https://guiame.com.br

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