A Assembleia Geral das Nações Unidas, por meio de seu Terceiro Comitê, composto pela Comissão de Assuntos Sociais, Humanitários e Culturais (SOCHUM), aprovou uma resolução expressando profunda preocupação com a crescente perseguição enfrentada por cristãos no Irã. O documento denuncia o aumento do assédio, intimidação, prisões arbitrárias e incitação ao ódio contra minorias religiosas, tanto as reconhecidas quanto as não reconhecidas, com foco particular nos cristãos convertidos do Islã.
A resolução, que obteve 79 votos a favor, 28 contra e 63 abstenções, aborda também as restrições impostas ao estabelecimento de locais de culto no país. O texto faz um apelo direto ao governo iraniano para que cesse, tanto na legislação quanto na prática, todas as formas de discriminação motivadas por religião.
A apresentação do documento no Comitê foi feita pelo representante do Canadá, que enfatizou que as minorias religiosas no Irã sofrem discriminação, violência e perseguição de maneira sistemática. Ele ressaltou que essa situação reflete um padrão persistente de desrespeito aos direitos humanos e ao Estado de Direito.
O representante do Reino Unido endossou as preocupações, alertando para o aumento da incitação ao ódio e da busca por bodes expiatórios contra minorias religiosas, especialmente os bahá’ís e cristãos, por parte de meios de comunicação ligados ao governo iraniano.
O documento da ONU também exige que o Irã liberte todos os cidadãos que foram presos em decorrência de sua fé e que cesse a vigilância de indivíduos com base em suas crenças religiosas. A resolução condena o uso do Artigo 500 do Código Penal iraniano para acusar cristãos de “propaganda contra o regime” e sentenciá-los à prisão.
Dados recentes indicam que um número significativo de cristãos foi detido por atividades religiosas no Irã. A Relatora Especial da ONU sobre a Situação dos Direitos Humanos no Irã reportou que, em um período de pouco mais de um mês, quase uma centena de cristãos foram presos no país. A situação da liberdade religiosa no Irã é considerada crítica, figurando entre os dez países com maior nível de perseguição a cristãos.
Fonte: guiame.com.br
